quarta-feira, agosto 29, 2007

Um problema de gramática, a quem interessar... Ou: o jogo dos vários erros

A Secretaria de Transportes de Nerópolis disponibiliza ônibus para a capital aos estudantes. Com o intuito de melhorar a qualidade do transporte, entregou o seguinte aviso aos usuários:

ATENÇÃO

  • NÃO JOGAR LIXO NO CHÃO DO ÔNIBUS;
  • NÃO PISAR NAS POLTRONAS DO ÔNIBUS;
  • NÃO SENTAR NO BRAÇO DAS POLTRONAS DO ÔNIBUS;
  • NÃO FALAR ALTO DENTRO DO ÔNIBUS;
  • NÃO FAZER BAGUNÇA AO ENTRAR NO ÔNIBUS;
  • NÃO ALIMENTAR DENTRO DO ÔNIBUS;
  • RESPEITAR OS COLEGAS DENTRO DO ÔNIBUS CASO ESTEJAM DORMINDO.

OBS: caso ocorra reclamações e fujam das regras estará sujeito a exclusão do ônibus.

(POIS DEVEMOS MANTER A ÉTICA, O RESPEITO E A LIMPEZA DO ÔNIBUS. POR QUE ELE TAMBÉM E SEU, E VOCÊ TAMBÉM TEM QUE CUIDAR. “PRESERVE”)

Pois bem, o “aviso” tem a assinatura do secretário do transporte neropolitano, sr. Leoncio Pinto de Mendonça. Com isso, quer elevar-se à categoria de documento formal. Mas nem só de assinatura se faz um documento...

Diz-se que, se a mensagem foi transmitida, é porque a linguagem é eficiente. Eu mesma partilho dessa opinião. Mas é preciso considerar os diferentes graus de eficiência de uma mensagem. Isso significa ter em mente o contexto em que a mensagem deve ser transmitida e, a partir daí, escolher o registro mais adequedo. Sei que a mensagem do “aviso” foi comunicada sem maiores perturbações, mas há algo de risível na redação deste documento justamente pela incoerência entre sua pretensa formalidade e o “estilo” econômico-pródigo de sua linguagem.

Pródigo naquilo que é desnecessário. Alguém me diga por que se repetir insistentemente a expressão “do ônibus”! Talvez seja esse algum recurso retirado da poesia concreta. A insistência nos traz o ritmo do ônibus sacolejando no caminho, e termina por nos provocar enjôo. E econômico no que, do mesmo modo, não deveria ser. Faltam os complementos de alguns verbos. Por exemplo em: “não alimentar dentro do ônibus”. Não alimentar quem? Porventura as galinhas que viajam com os estudantes, empoleiradas nos maleiros.

Mas o problema mais interessante é aquele que permite a subversão dentro do próprio documento. Duas regras formam uma dobradinha imbatível: “não fazer bagunça ao entrar dentro do ônibus” e “respeitar os colegas dentro do ônibus caso estejam dormindo”. Só não se pode fazer bagunça se você estiver entrando no ônibus; respeitar o colega, só se ele estiver dormindo. Então, durante a viagem, deixe dormir os dorminhocos, faça bagunça à vontade e desrespeite os despertos. Está previsto no documento, sim senhor!

Penso que é assim que agem os advogados nos trâmites da lei. Se é válido o que está registrado com assinatura, a forma é encontrar brechas na linguagem para contrariar o sistema.


suene honorato

quarta-feira, agosto 01, 2007

Compacto.Rec Lança segunda banda

Bang Bang Babies, a banda dos compas de Goiânia, foi a nova escolhida a lançar um compacto pelo Compacto.Rec, proposta de comunicação e distribuição do Circuito Fora do Eixo.

A banda lança agora o single virtual homônimo, com as músicas "Lookout", "From my backyard"e "Going Down". No pacote lançado, além das músicas ficam disponibilizadas ainda as letras das canções, fotos e texto de apresentação. O formato escolhido pelo "ouvinte" pode ser tanto o digital (salvando os arquivos no computador), quanto o físico (gravando as músicas em cd-r qualquer e imprimindo as imagens que formam o encarte). Para baixar os arquivos da banda clique aqui.


Parabéns Babies!!!

O compacto.Rec segue a missão de circular bandas independentes pela web!!!!!