quarta-feira, outubro 03, 2007

ORAÇÃO DO BRASILEIRO (a oração que o Congresso Nacional nos forçou a aprender)


Pai nosso, que estais no céu, permanecei nas alturas bem longe do Brasil. Santificado seja o Vosso nome, que o nosso não tem vergonha de se arrastar na lama. Rezemos sempre “venha a nós”, nunca ao "Vosso reino”. Seja feita a Vossa vontade, já que por nós, elegeremos ladrões com mandatos para o resto de suas vidas mundanas.

Caras de pau caindo de podres, indignos de José carpinteiro, esbofeteiam a outra face de Teus filhos, tratados como bastardos. Cospem assim, como da terra para o céu, sem preocupação de que o pejo lhes caia sobre a cabeça. Abastados, soltam setenta vezes sete Barrabás, sete dias da semana de três dias trabalhados; porque não têm coragem de condenar a si próprios.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Mas livrai-nos de vender nosso voto, a troco de um fome-zero. Perdoai que nos sintamos ofendidos e envergonhados de sermos brasileiros, quando perdoamos os corruptos a cada nova eleição. Bem como não há perdão para quem nasce desfavorecido pela sorte, mas enriquece loterias e bicheiros, com quem até um ministro da Justiça se envolveu.

E não nos deixeis cair na tentação de fugir para os Estados Unidos. Mas que, se algum dia um político brasileiro puser os pés lá fora, seja julgado, condenado e execrado por crimes contra a Humanidade, a ponto de querer cometer suicídio.

Pois aqui não existe igualdade perante a Lei. E onde não há Lei, não há nação. Portanto Deus não pode ser brasileiro, embora muitos brasileiros achem que são Deus, e por isso não devam satisfação. Dai-lhes o fórum sem privilégios da Justiça Divina. Para, ao menos uma vez, responderem por seus crimes, nem que seja ao Coisa-Ruim, seu compadre e semelhante.

Livrai-nos do mal e do inferno em que nossos governantes transformaram “este país”. “Este país”, bordão pejorativo e pronunciado com desprezo por quem não sabe “que país é esse”. Porque nos discursos, que só servem para negar acusações, com desculpas esfarrapadas e absurdas que insultam nossa inteligência, os donos do Estado têm a certeza de que o dinheiro os colocará lá novamente. E não Vossos servos, excluídos desta bandidocracia.

Pois Vosso é o verdadeiro poder, o reino e a glória para sempre. E não um regime sustentado por uma quadrilha de puxa-sacos, mensaleiros, ladrões de ambulâncias, de merendas escolares e do povo, legiões piores que demônios expulsos de porcos. Para estes, por mais que esfreguem suas sujeiras em nossas caras, jamais existirão provas suficientes de sua verdadeira face do mal, de anjos decaídos.

Amparai os homens de bem e as crianças, para que não tomem o péssimo exemplo de quem peca por corrupção ativa, passiva, atos e omissões, por sua exclusiva culpa. Concedei-nos sair da Idade Média, ao menos nos próximos 500 anos. E que assim não sejamos mais tão distantes das Leis Divinas, humanas e principalmente do bom senso...
Amém.

Gustavo Pessoa